
A celebração da Páscoa é o coração do ano litúrgico e o centro da
vida dos cristãos. O coração é por excelência o símbolo do amor e a fonte da
Vida. Assim também é a Páscoa: celebração do amor Primeiro de Deus pela
humanidade e comunicação da vida Nova e Eterna que o Pai nos oferece em Cristo
por meio do Espírito Santo.
Cada tempo litúrgico é uma oportunidade de seguir Jesus Cristo. Se
durante a quaresma nos unimos ao Redentor dos homens no mistério de sua Paixão,
agora devemos experimentar em nossas vidas a força e o dinamismo de sua
Ressurreição. Tudo o que aconteceu com Jesus se atualiza hoje na vida dos
fiéis. Por isso podemos dizer que a Páscoa de Cristo é também a Páscoa dos
cristãos. Lembremo-nos primeiramente que a palavra Páscoa significa “passagem”.
Cristo passou por este mundo fazendo o bem (At 10,38), e para mostrar-nos que
não temos aqui uma morada permanente ele passou deste mundo para o Pai, venceu
a morte e o pecado para abrir-nos as portas do Reino dos céus.
É este o mistério que celebramos ao longo do ano litúrgico e
especialmente durante o Tríduo Pascal até a festa de Pentecostes ou Descida do
Espírito Santo. Durante cinquenta dias entoamos jubilosamente o Aleluia, pois
a Ressurreição de Jesus já é o início de nossa vitória sobre a morte. Como
viver intensamente estes dias? Qual a espiritualidade deste tempo central na
vida da Igreja?
São Paulo na sua carta aos Colossenses 3,1 nos exorta: “Se vocês
foram ressuscitados com Cristo, procurem as coisas do alto, onde Cristo está
sentado à direita de Deus. Pensem nas coisas do alto, e não nas coisas da
terra. Não se trata aqui de uma fuga do mundo ou vivência alienante da fé;
muito pelo contrário, o apóstolo nos convida para que tenhamos a audácia de
viver neste mundo aqueles valores que são eternos e divinos. Ele mesmo nos diz
numa de suas cartas: ”aspirai aos dons mais altos...vou indicar-vos um caminho:
o amor” (1 Cor 12,31;13,1).
O Mistério Pascal de Cristo torna-se real em nós quando traduzimos
a nossa fé em gestos concretos de amor e solidariedade. O amor nos eterniza só
ele é definitivo! Não podemos nos esquecer de que “Cristo passou por este
mundo fazendo o bem”. Paulo nos convida também para que tenhamos os olhos
fixos em Cristo que está assentado à direita do Pai. Na Ressurreição de Cristo
resplandece a fidelidade de Deus. Ele é fiel à sua Paternidade e não frustra as
nossas expectativas. Só ele pode inverter as “situações limites” ( os
sofrimentos, o medo da morte, nossos fracassos existenciais...) que marcam
profundamente a nossa vida. Cristo morreu, mas o Pai o ressuscitou. A morte não é a última realidade que envolve o
se humano, ela não é onipotente, pois dentro de cada um de nós pulsa um anseio
de vida eterna. Feliz Páscoa!
Pe. Geovane Luis da Silva
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