terça-feira, 28 de agosto de 2012

DICA DE ENCONTRO



Deixai vir a mim as criancinhas: considerações sobre a importância do anúncio querigmático às crianças em idade de catequese.
A pedagogia catequética toma forma à luz da pedagogia divina, pois busca na prática de Jesus Cristo o jeito carinhoso de fazer ressoar nos corações a Boa-Nova a toda criatura, a todo tempo, momento e lugar. É o próprio Cristo quem nos capacita, dinamizando nossas possibilidades pastorais para que sejam identificados os elementos principais que compõem o processo unitário da iniciação à vida cristã. O primeiro elemento é a centralidade do mistério pascal, que inspira a vida comunitária e une as etapas dos sacramentos de iniciação. Outro elemento é o amadurecimento progressivo da fé, que desperta e implica o alto grau de responsabilidade da comunidade para colher e preparar seus novos membros, em especial as crianças.

Por isto, “é necessário desenvolver em nossas comunidades um processo de iniciação na vida cristã que começa pelo querigma e que, guiado pela Palavra de Deus, conduz ao encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo” (Documento de Aparecida, n. 289). O anúncio alegre, dinâmico e carinhoso das realidades principais da nossa fé deverá constituir o eixo de todo o processo catequético e ser capaz de atrair nossas crianças a seguirem a Boa-Nova de Jesus Cristo.
Não podemos distanciar nosso trabalho catequético da realidade na qual vivem nossos catequizandos; do contrário, corremos o risco de afastar o próprio Deus de suas vidas e suas vidas de Deus. Mais do que nunca se faz necessário o “primeiro anúncio” (querigma) no convite para a adesão inicial e pessoal a Cristo. Apresentemos Jesus proclamando o Reino como uma nova e definitiva intervenção de Deus que salva com um poder superior àquele que utilizou na criação do mundo.
Recomendamos que o anúncio do querigma às crianças, ao longo dos encontros de catequese, seja realizado com base em práticas simples, que possibilitem uma vivência celebrativa sensível ao potencial religioso dos catequizandos, de modo que assumam a experiência de fé de forma livre, consciente e participativa.
Para tanto…
- ouçamos as vozes das crianças, reconhecendo o quanto estão motivadas para participar dos encontros de catequese e, em especial, para realizar o encontro pessoal com Jesus Cristo.
- não façamos de Jesus um mero personagem, como aquele dos contos de fadas ou dos desenhos animados. Ele deve ser apresentado como “pessoa real”, que está presente no meio de nós por meio de seus ensinamentos.
- que a própria pessoa do catequista seja querigmática, ou seja, que ela testemunhe para as crianças a importância desta adesão pessoal a Jesus Cristo.
- façamos uso dos textos bíblicos numa linguagem adequada à compreensão infantil, sem infantilizar a Sagrada Escritura. Histórias bem contadas são guardadas no coração!
- o modo carinhoso de anunciar o querigma se espelha na própria forma como Jesus fazia, na qual se encontram expressos modelos de acolhida às mais diversas situações.
- planejemos encontros que tenham Jesus Cristo como centro, pessoa presente a cada encontro. Apresentemos às nossas crianças os ensinamentos de Jesus  e reflitamos, com elas, o que o Pai nos pede a partir desses ensinamentos.
- solicitemos a elas que desenhem, conversem, encenem Jesus presente em várias situações e que,  também, coloquem suas intenções (pedidos e agradecimentos) em honra de seu nome. Possibilitemo-lhes a reflexão do que Jesus faria diante das situações cotidianas que envolvem nossos pequeninos.
- nas celebrações, abramos espaço para suas participações, de modo que elas se sintam pertencentes à vida da comunidade cristã e, consequentemente, à própria história da salvação.
- tornemos nossos pequeninos continuadores da história da salvação, associando Jesus Cristo a todas as ações cotidianas que fazem da vida algo bom de se viver.
Nos encontros de catequese, devemos ter uma prática acolhedora que confia nas crianças como precursoras (continuadoras) da missão evangélica. Com uso de jogos, brincadeiras, retiros espirituais e celebrações, façamos chegar à essência de suas identidades o primeiro anúncio, pois somente com ele constituído é que o crescimento na fé será concretizado.
Erenice Jesus de Souza
NUCAP – Núcleo de Catequese Paulinas

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