Está se tornando cada vez mais comum entre os catequistas o uso da
palavra “mistagogia”. Diz-se, frequentemente, que todo catequista é
também um “mistagogo” e que a catequese tem uma dimensão “mistagógica”.
Essas palavras estão ligadas à ideia de “mística” e de “mistério”, de
uso corrente na espiritualidade cristã. A retomada atual do modelo
catecumenal dos primeiros séculos, vão
se incorporando ao jeito de falar e de ser dos nossos catequistas, à
maneira como compreendem sua vida cristã e seu ministério.
Por
mistério nossa Igreja compreende todo o plano da salvação que o Pai
realiza, especialmente em Jesus Cristo. É a graça da vida nova agindo em
cada cristão, continuamente convidado a mergulhar na páscoa de Jesus e
nela encontrar força e esperança para sua caminhada.
Por mística
podemos entender o tempero que dá sabor e sustento a tudo aquilo que
pensa, sente e faz o cristão. “É a motivação densa e profunda da
caminhada cristã”. Falar em mística é falar do sentido da existência. É
falar da experiência amorosa de Deus. É ser iniciado no mistério.
A
mistagogia aponta para a experiência pessoal de Jesus e de seu projeto,
vivida na comunidade cristã e no mundo. Quando a Igreja diz, portanto
que o catequista é um mistagogo, ela esta afirmando sua principal
missão: conduzir as pessoas para dentro do mistério de Deus leva-las até
Jesus, pois quem o vê, vê o próprio Pai.
Enquanto mistagogo, o
catequista é chamado a fazer a mesma experiência que fizeram os
discípulos: ir até Jesus, permanecer com ele, deixar-se educar pela sua
palavra e por suas atitudes, encantar-se com a proposta do reino por
ele inaugurado, ver a alegria da participar da sua intimidade e do seu
caminho, para depois contagiar outros com seu testemunho.
A
consciência de ser mistagogo faz com que o catequista aprofunde sua
missão, pois passa a compreender que ela não se reduz à transmissão de
conhecimentos e doutrinas a respeito de Jesus, mas vai muito além disso;
seu ministério o vincula à pessoa de Jesus de tal maneira, que ele
passa a falar do que vive, do que experimenta, dos segredos que Deus
revela aos simples e humildes de coração.