sexta-feira, 30 de novembro de 2012

QUAL É O OBJETIVO DA CATEQUESE?




Com uma simples dinâmica os catequistas podem responder as seguintes questões para descobrir o objetivo da catequese.
· Que tipo de cristãos desejamos para que se construa o Reino de Deus – aqui e agora – visando uma sociedade justa e fraterna, segundo o Projeto de Deus?
· Para esta missão, que tipo de catequese necessitamos?
· Qual a formação que o catequista necessita?

Para definir o OBJETIVO de uma atividade devemos partir de informações concretas e não de meras suposições, opiniões ou esperanças. Para isso, o objetivo deve ser:
· claro,
· preciso, concreto,
· mensurável – que possa medir os avanços e recuos,
· desafiante – solicitando dedicação e exigindo resposta.
Não se pode esgotar a noção de catequese numa simples definição do OBJETIVO. Para clarear a nossa compreensão apresentamos a seguinte definição:
OBJETIVO DA CATEQUESE
Educar na fé as diversas dimensões da vida cristã, a luz da Palavra de Deus, para construir comunidades catequizadoras comprometidas com a verdade e a justiça, sinais do Reino já presente entre nós.
Esse objetivo exige a interação fé-vida, levando ao processo contínuo de conversão a Cristo, à vida em comunidade, à vida sacramental e ao compromisso apostólico (Documento de Puebla – 1007).
O Objetivo nos faz descobrir a exigência de um novo tipo de catequese e, por conseqüência, de um novo tipo de catequista. Isto encontramos no Documento Catequese Renovada da CNBB.

Quando, então, podemos dizer que a nossa catequese atinge o objetivo da Catequese Renovada?
1- Quando é uma caminhada de fé e não simples ensino de doutrina.
2- Quando é um processo permanente numa catequese de adultos e não só para crianças e adolescentes ou tendo só em vista a preparação aos sacramentos.
3- Quando a comunidade é catequizada e catequizadora, na certeza de que ela é a fonte e o lugar da educação da fé.
4- Quando Jesus Cristo é o centro da catequese, como caminho ao Pai e aos irmãos, pelo Espírito Santo.
5- Quando a Bíblia é a fonte da catequese.
6- Quando a catequese introduz na vida litúrgica, prepara para os sacramentos, dentro de uma caminhada contínua de comunidade.
7- Quando prepara o catequizando para assumir seu papel na sociedade como verdadeiro cristão.
8- Quando a catequese está presente nos costumes e nas festas do povo.
9- Quando entra no processo metodológico da interação “fé-vida”.
10- Quando há participação da catequese nas outras dimensões da ação pastoral da comunidade.

· Refletir estes 10 itens da Catequese Renovada e compará-los com a catequese de nossa comunidade.
Fonte: Folheto Ecoando 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A receita da felicidade... na catequese!

  
"E agora, onde coloquei a receita?"
Se é que isso é possível...
Mas vamos lá, vamos ser otimistas e acreditar que ela existe e está logo ali. 
Não gosto de dar "receita"... mas depois de um "papo" que rendeu mais de 78 comentários no Facebook, é preciso dizer alguma coisa. Aliás, fui "intimada" a dizer.
Enfim, como mudar a nossa catequese? Como "animar" nossas crianças? Como fazê-los gostar da catequese e da nossa religião? Como fazer os pais participarem? Como fazer da catequese prioridade para os párocos e demais lideranças?
Bom, se vocês pensam que conseguimos responder essas perguntas nos nossos 78 comentários, tirem o cavalinho da chuva! rsrsrrs...
Sem contar que ainda surgiram outros "entraves" que encontramos todos os dias na nossa missão: falta de espaço físico, descaso de funcionários da paróquia, falta de vontade dos próprios catequistas, empurra-empurra de responsabilidades, fofocas, o "nem aí" dos padres, a catequese ser "só mais uma pastoral", enfim... Coisinhas que poderiam ser evitadas, pra começar, só com boa vontade.
Mas nós chegamos a uma conclusão básica:
NÃO SE FAZ CATEQUESE COM CRIANÇAS SEM FAZER, TAMBÉM, COM ADULTOS.
E quem são estes adultos? A família das crianças? Não teria mais “adulto” nessa história? E como fazer catequese com a família? Inventar encontros de pais em que quase ninguém comparece? Inútil e frustrante. 
E olha que esse "povo adulto" pode ser até nossos próprios colegas catequistas...
Colocar a tal "Catequese familiar" como prioridade. Bingo! Achamos o primeiro ingrediente necessário...
Mas só se isso for REALMENTE levado a sério pela comunidade eclesial, senão não passará de mais uma "atividadezinha", inventada por catequistas que acham que ninguém tem o que fazer e amam ler documentos... Precisa-se envolver TODA a Igreja nisso.
Para reforçar, coloco aqui uma coisa que diz o DNC (é, sou "daqueles"! Que não tem o que fazer e amam ler documentos, rsrrsrs...):
"A Igreja transmite a fé que ela mesma vive e o catequista é um porta-voz da comunidade e não de uma doutrina pessoal." (DNC 39).
Por aí se vê que não se faz nada SOZINHO! E que a Igreja não é “sua”, nem é “você”.  Ainda mais se você é um simples catequista "ninguém" e o povo da coordenação também "dorme no ponto". Mas se você é da coordenação: tem o PODER! Ou deveria ter...
Os coordenadores da catequese fazem parte do Conselho Pastoral e tem voz lá. Podem levar às demais lideranças os anseios, necessidades, aspirações, dificuldades, choradeiras, etc. e tal... Podem acreditar que se vocês contarem das experiências que estamos vivendo, eles nunca mais serão os mesmos! Terão pesadelos por semanas...
Ah! E tem mais: "o catequista é um autêntico profeta, pois pronuncia a Palavra de Deus, na força do Espírito Santo.", isso ainda no 39. E no 41: "a catequese educa para a vida de comunidade, celebra o compromisso com Jesus”.
Então? Por que ter medo? Vamos botar a boca no trombone. Profeta que se preza "profetiza"! Não tem barriga de baleia que esconda a gente. E muito menos vamos esperar crescer um pé de mamona em cima da gente...

Tarefas da catequese: EDUCAÇÃO, INICIAÇÃO E INSTRUÇÃO. 
E vocês acham que isso é só pra criançada? Não, é pros adultos também. E deve começar na marmanjada que está na paróquia, que participa das outras pastorais, trabalha na paróquia, inclusive aquele que "reza" a missa... E que acham "lindo" o dia da Primeira Comunhão na comunidade, sem saber o quanto de sangue, suor e lágrimas você derramou pra isso...


Eu penso que nada, nada mesmo, faremos sem que um verdadeiro “CONSELHO” se faça na paróquia, levantando todas as dificuldades pelas quais a catequese e com isso, a própria paróquia, passa. E disso depende o futuro da nossa Igreja e, mais grave ainda, da nossa FÉ na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. O tesouro da fé precisa ser recebido, vivido e crescido no coração de cada catequizando para que a Igreja cresça. E isso quem diz é o DNC também...
Finalizo aqui o primeiro capítulo do "livro" que as meninas me convocaram a escrever sobre nossas discussões.
Não basta que só "eu" sinta que temos problemas e que não estamos indo a lugar algum.
Primeiro passo de mudança: Convoque a equipe de catequese da paróquia. Sente, avalie, exponha os “podres”, “lave a roupa suja”, só não bata em ninguém... Coloque no papel os problemas que a catequese está vivendo. Mas, PELAMORDEDEUS! Pelo amor que você tem à catequese: não engavete o relatório! Não deixe isso só no “falatório”, não faça disso só mais um "blá blá blá". Leve ao pároco, insista em colocar o Conselho Pastoral a par da situação. É para isso que ele serve. Não se faz reunião de conselho só pra tomar chá e discutir onde vai o dinheiro da festa. 
Não é possível que a paróquia não tenha espaço físico para acolher as crianças! Não é possível que você não tenha acesso a uma chave de porta! Não é possível que o pároco pense que "problema da catequese" tem que ser “resolvido pela catequese"! O primeiro catequista da paróquia é ele!  E se alguém perguntar "e eu com isso?" Dê-lhe uma chulapa e pergunte: "Quer ser coordenador pra que?" Tem que agir e honrar a “camisa”!
E se você não é coordenador nem do mural de aniversários? Paciência... PACIÊNCIA NADA! Vai já conversar com o coordenador (a)! Ou vai sofrer até a aposentadoria? Que, aliás, ouvi dizer, é deprimente... lustrar sibório, lavar sanguinho, manustérgio, trocar água e vinho da galheta... Ah, isso é tarefa de ministro! Pois é, então nem isso vai ter pra fazer...
Esse é o primeiro ingrediente da receita:
TRABALHAR EM COMUNIDADE. Chamar as lideranças pra "responsa"!
VAMOS LÁ! Não perca os próximos capítulos...
Ângela Rocha
Catequista amadora

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O gosto dos caminhos recomeçados


O que te peço, Senhor, é a graça de ser.
Não te peço sapatos, peço-te caminhos.
O gosto dos caminhos recomeçados, com suas surpresas e suas mudanças. 
Não te peço coisas para segurar,
mas que as minhas mãos vazias se entusiasmem na construção da vida.
Não te peço que pares o tempo na minha imagem predileta,
mas que ensines meus olhos a encarar cada tempo como uma
nova oportunidade.
Afasta de mim as palavras que servem apenas para evocar cansaços, desânimos, distâncias.
Que eu não pense saber já tudo acerca de mim e dos outros.
Mesmo quando eu não posso ou quando não tenho,
sei que posso ser simplesmente.
É isso que te peço, Senhor:
a graça de ser de novo.  
José Tolentino Mendonça

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Espiritualidade do Catequista



Eucaristia e Espiritualidade do Catequista:

Entre tantos assuntos de formação para catequistas, um dos mais pedidos é sobre mística e espiritualidade.
Para exercer a sua missão o(a) catequista necessita de uma formação espiritual. Por isso, o Estudo da CNBB nº 59, falando da formação de catequistas e citando o Diretório Catequético Geral n.º 114, diz: “A missão confiada ao catequista exige dele  uma intensa vida sacramental e espiritual, o hábito da oração, o sentido profundo da excelência da mensagem cristã (...) a atitude de caridade, humildade e prudência”.
A mística é algo cultivado na pessoa que se transforma em paixão por uma causa. É a mística que mantém viva a força e a qualidade das opções e compromissos.
É como a água que mantém viva a planta. Mas, não se percebe a olho vivo que esta água está desde a raiz até na ponta das folhas.
A Espiritualidade está no modo de ser, viver, falar e agir das pessoas. Quando perguntamos: qual é a espiritualidade de tal santo? A resposta logo vem caracterizando o(a) santo(a) pelo que foi e fez. Por exemplo: Santa Paulina: amor aos pobres, doentes, pela sua simplicidade, grande ideal pela missão, amor profundo a Jesus Cristo, transformado em ação. A oração é o alimento que sustenta o ser e o agir.


JESUS É O CENTRO DA ESPIRITUALIDADE
A maior fonte da espiritualidade é Jesus Cristo. Dele emanam outras fontes: a vida, a Palavra de Deus, a Eucaristia e a missão.
Jesus nos diz “Vem e segue-me”. Seremos preenchidos por Jesus se realmente o seguirmos sem restrições. É preciso deixar para traz a vida velha dos comodismos, irresponsabilidade, medo, consumismo... para assumir o caminho de Jesus, ou seja vida nova.
Em nosso modo de ser transparece uma espiritualidade do seguimento de Jesus quando a oração faz parte do nosso dia-a-dia, a fraternidade é sincera, a luta pela justiça é presente, a perseverança e o entusiasmo são constantes. Viver como Ele disse, viver como Ele viveu é a síntese da espiritualidade.
“Na medida que vamos seguindo o Cristo Ressuscitado, seu Espírito que habita a Igreja nos inspira a ficarmos mais parecidos com Cristo, compreendendo e atualizando em nossa vida os mandamentos da Lei divina, especialmente o Amor a Deus e ao próximo e a fidelidade às orientações de vida dadas pelo Mestre no Sermão da Montanha.
Por isso, a conversão ao Reino é um processo nunca encerrado, tanto em nível pessoal quanto social, porque, se o Reino de Deus passa por realizações históricas, não se esgota nem se identifica com elas” (cf. P 193, 1221, 1159) (CR 193). A espiritualidade cristã é por excelência a espiritualidade de Jesus segundo seu espírito. Suas
atitudes deverão ser as nossas atitudes. Para nós, a exemplo de Paulo: Viver é o Cristo, e morrer com ele e por ele é o verdadeiro lucro (cf. Fl 1, 21).

EUCARISTIA, O SUSTENTO DA ESPIRITUALIDADE

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Catequizando com arte


 

A arte na Catequese

Sabemos que, através das cores, formas... podemos expressar livremente o que vivemos, pensamos e gostamos. Ao colorir, desenhar, modelar, dobrar papel, colar, cortar...construímos e criamos o que quisermos. A partir daí é possível também perceber a emoção, expressar sentimentos, liberar tensões. Tudo isso é possível a partir de diversas expressões artísticas. “Criar equivale a viver intensamente”.

O catequista que proporciona aos catequizandos a expressão dos seus sentimentos, emoções, percepções, auxilia a cada um a aprofundar e viver a mensagem cristã. Possibilita também que cada um faça sua experiência de Deus e que vá gradativamente percebendo o que quer dizer ser sinal do Reino hoje.
 
Seguem algumas sugestões.

Desenho

* Para crianças até, mais ou menos, 9 anos pode-se usar o desenho livre. A criança desenhará o que ela entendeu da mensagem que lhe foi transmitida. Se esta não for clara para ela, não saberá desenhar nada. (Um alerta para o catequista!)

A criança também se revela através do desenho. Suas alegrias ou suas dores são expressas pelas figuras que ela desenha ou omite de desenhar. Se o catequista tiver uma intuição pedagógica, saberá descobrir as emoções e sentimentos do catequizando e poderá ajudá-lo no seu crescimento humano e espiritual. O catequista pode também pedir à criança que “explique” o seu desenho. Aí a criança vai se revelando também.

Crianças maiores não têm mais a espontaneidade para fazer o desenho livre. Acham que não sabem desenhar. Um tipo de desenho para elas é o desenho em quadrinhos, desenvolvendo uma mensagem do Evangelho, uma parábola ou algo da vida diária.

Também pode- se pedir que os catequizandos reflitam sobre a letra de uma música, uma poesia, uma história, e depois ilustrem a parte da mensagem que perceberam.