domingo, 29 de dezembro de 2013

"Rever o passado, olhar com olhos calmos pro meu presente e fazer o possível para não ficar pensando no futuro – ao menos nesse futuro que daqui alguns anos ninguém na verdade sabe se chegará. Fecho os olhos e começo a pedir. Não são coisas muito complicadas de serem atendidas. Ao menos eu acho que não. Apenas me concentro em cada rosto que já conheci até hoje e nos sentimentos que tenho por cada uma dessas pessoas. Que não nos faltem bons sentimentos seja no Natal ou em qualquer dia do Ano Novo que se aproxima. Que nos falte egoísmo. Que nos sobre paciência pra enfrentar mais trezentos e sessenta e cinco – ou seriam trezentos e sessenta e seis? – dias. Que sejamos capazes de enxergar algo de bom em cada momento ruim que nos acontecer. Que não nos falte esperança. Que novos amigos cheguem. Que antigos amigos sejam reencontrados.Que cada caminho escolhido nos reserve boas surpresas. Que músicas de letras e melodias bonitas nos façam suspirar. Que a cada sorriso que uma criança der nos faça ter um bom dia e enxergar uma nova esperança. Que nos sobre tempo para beber e conversar com os amigos. Que cada um de nós saiba ouvir cada conselho dado por uma pessoa mais velha. Que não nos falte vontade de sorrir apesar dos pesares. Que sejamos leves. Que sejamos livres de preconceitos. Que nenhum de nós se esqueça da força que possui. Que não nos falte fé e amor."( Caio Fernando Abreu)
Catequistas, um ano novo cheio de fé e muito amor pela catequese e os nossos catequizandos.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Maneiras de apresentar o texto bíblico na catequese



-Contar, em suas palavras, uma passagem Bíblica que para isso se preste (a história de Zaqueu, algum conto do A.T...) sem acrescentar nem omitir nada (fidelidade ao texto).

- Ler o texto previamente reelaborado (numa redação mais acessível), substituindo palavras ou expressões de difícil compreensão por outras mais fáceis, mantendo também absoluta fidelidade ao conteúdo da passagem Bíblica.
Convém dizer que a passagem se encontra na Bíblia mas que foi feita nova redação para que seja mais fácil compreender.  O uso de edições mais populares da Bíblia ajudam muito.
 
- Proclamar o texto tal como se encontra na bíblia, quando se percebe que o grupo (catequizandos) tem capacidade de entendê-lo.

-Apresentar o texto em forma de jogral com a participação ativa dos catequizandos.

-Proclamar a Palavra em forma de diálogo quando a passagem bíblica se presta para esta forma, isto é, quando diversas personagens falam no texto(ex: Lc 19,1-10 -narrador, Jesus, Zaqueu, fariseus).

-Ler uma primeira vez o texto, deixando alguns momentos de silêncio( para a Palavra de Deus penetrar no coração das crianças); em seguida, fazer nova proclamação. Esta maneira é útil principalmente quando o texto é pequeno.

- Apresentar, em poucas palavras, o texto que será lido; sugerir que cada criança vá até à Bíblia, colocada em destaque na sala, aberta na página em que está a passagem que vai ser lida, ponha a mãozinha sobre o livro e faça sua acolhida (ex: Que esta Palavra oriente o meu caminho). Em seguida, a Palavra de Deus será proclamada.

Na catequese, é preciso que a Palavra de Deus seja “proclamada”. Proclamar não é simplesmente ler. É, em primeiro lugar, procurar assimilar o contéudo do texto Bíblico, entusiasmar-se por ele e tentar comunicá-lo aos outros. Requer preparação remota(formação bíblica) e preparação próxima( leitura e meditação do texto que vai ser lido).

Equipe do Catequese Hoje

domingo, 1 de dezembro de 2013

CORAÇÃO ACOLHEDOR





Como a semente deitada na terra, preparada para romper-se em rebento novo. Como o artista que, diante da tela, torna-se  imagem do artista maior. Como a criança no colo de sua mãe, olhos cerrados de quem confia sempre. No coração de Deus encontramos o que deseja o nosso coração. Coisas que nenhum coração  humano ainda sentiu, ninguém viu nem ouviu. Profecia que encanta e anima  a todos os que amam. Buscamos porque falta em nós o que dele transborda. No coração de Deus não existe exclusão, nem separação. Cada um tem seu lugar, sua morada. E tem lugar a alegria, a festa, a celebração. O coração de Deus é aconchego. É acolhida.  

terça-feira, 26 de novembro de 2013

CONVIDADOS PARA O BANQUETE


Missa? Pra quê?

Precisamos ir à missa? Não podemos só praticar o bem? Não podemos apenas rezar sozinhos, em casa?
Há algum tempo muita gente tem se colocado essas e outras perguntas. Não são poucos aqueles para os quais a missa perdeu ou vem perdendo o sentido. Diversos fatores têm contribuído para isso: a variedade de atrações que seduzem o ser humano contemporâneo; a catequese fraca na família e na comunidade; a tentação de tornar a missa envolvente a qualquer custo, fazendo-a assemelhar-se por vezes mais a um espetáculo que a um momento de intimidade com o Senhor; a má preparação e o mau desempenho de muitos ministros da celebração (sacerdotes, diáconos, acólitos, leitores, cantores...) entre outros motivos.
Por outro lado, nunca a missa se tornou tá acessível: com a reforma enpreendida pelo Concílio vaticano II, há 50 anos, os textos litúrgicos são propostos na língua do povo, os meios de comunicação transmitem diversas celebrações eucarísticas diariamente; por toda parte, promovem-se cursos de liturgia. Mas parece que isso não tem bastado para dar à eucaristia um lugar central na vida de todo cristão católico. Onde está, então, o problema?
A questão coloca-se antes, bem antes dos diferentes “tipos” de missa, de padre, de música. Ela envolve uma resposta pessoal à seguinte pergunta: “Tem sentido eu participar da eucaristia?”
“Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco” (Lc 22,15)
só faz sentido falar em participação na eucaristia para quem é discípulo de Jesus: não apenas mais um na multidão, mas alguém para quem Jesus tornou-se mestre, tornou-se amigo, tornou-se tudo. Aí, para quem se decide pelo seguimento de Jesus, a eucaristia é um momento não só necessário, mas desejado e sublime. A missa é momento magnifico de encontro com quem mais amamos!


domingo, 10 de novembro de 2013

Catequese com crianças ou catequese infantil?

Vai e volta a gente escuta os catequistas dizerem: “Eu trabalho com catequese infantil”. Todos nós que escutamos esta expressão, logo concluímos que aquela pessoa é catequista de crianças e não de jovens ou adultos, ou seja, que sua turma é composta de crianças na faixa etária de mais ou menos 8 a 11 anos. Mas pensando bem, não parece estranha essa expressão catequese infantil? Será que é a catequese que é infantil ou o público que é infantil? Tomara que seja o público! A catequese deve ser sempre um processo sério, maduro, que ajude a transmitir uma experiência de fé genuína e não algo infantil ou infantilizante.

Infelizmente, cristalizou-se entre nós uma catequese bem infantil, no sentido negativo da expressão. Muitos catequistas acham que, porque o destinatário do anúncio são crianças, a fé deve ser um teologia rala e rasa, sem densidade espiritual, sem aprofundamento bíblico. Uma espécie de papinha teológica, mais para despertar devoções e piedades que para promover um encontro com o Deus vivo. Então, muitos se desgastam em diminutivos como mamãe do céu, papai do céu, Jesus nosso amiguinho. Outros se dedicam a difundir figuras que mexem com a imaginação da criança, tais como anjos e santos da piedade popular. E ainda tem aqueles que simplificam ou minimizam a força da Escritura Sagrada transformando-a em histórias bem infantis, desviando-as do sentido original do texto. Pegam os relatos bíblicos e contam-nos como se fossem eventos acontecidos, tal qual estão escritos ali, sem nenhuma necessidade de interpretação: uma espécie de bíblia para crianças. É o caso do relato da criação, da queda, de Abrão e sua gente, de Sansão e Dalila, de José do Egito. Tudo bem que as crianças entrem em contato também com o Antigo Testamento. É muito bom que seja assim, mas não basta transformar esses relatos em histórias infantis. Eles precisam ser interpretados teologicamente, pois o autor sagrado quando os redigiu não escrevia uma história real, mas uma catequese ou teologia que pudesse ajudar sua gente a crescer na fé.

O perigo que corremos com esse tipo de catequese é de infantilizar a fé. Porque lidamos com crianças não quer dizer que devemos testemunhar uma fé infantil, sem sólidos fundamentos, nem que devemos proporcionar uma experiência de fé ingênua e tola que não se sustente ao longo da vida. Uma catequese assim não prepara um seguidor de Jesus, um discípulo; ela forma o ateu de amanhã. Quando vier a primeira tempestade da vida, aquele católico – agora jovem ou adulto – vai ver sua fé ir embora na enxurrada dos destroços de sua vida. Quando aparecerem os primeiros questionamentos científicos, sua fé vai desmoronar como um castelo de areia. Quando as primeiras e sérias decisões precisarem ser tomadas, ele verá que seus princípios religiosos são frágeis e não lhe dão segurança para seguir seu caminho. Ele se sentirá traído e enganado, e não apoiado e sustentado pela fé.

Ora, o que a catequese pretende: ensinar umas historinhas da carochinha ou formar o cristão de amanhã? O que nós queremos: envernizar a vida das crianças com devoções populares baseadas em anjos da guarda ou ajudá-las a construir uma espiritualidade sólida e forte? Será que, quando essa criança crescer, a oração do anjo da guarda será suficiente para aliviar sua dor na hora da crise? Será que mandar um beijo para a mamãe do céu será o bastante para afagar seu espírito abatido na hora do sofrimento? Parece que não! A fé infantil e infantilizante que temos dado às nossas crianças sucumbe no primeiro vendaval de emoções da adolescência, ela tem se desfeito mesmo antes do ataque da racionalidade que vem por ocasião da juventude. Tanto é que normalmente essas crianças nem têm chegado à crisma (por volta dos 15 anos); despedem-se da Igreja na primeira e última comunhão.

Pensando nisso, entendemos que é preciso desde cedo dar às crianças uma experiência de fé confiável, na dose da criança é claro, mas uma experiência de fé autêntica e forte que a acompanhe pela vida e com ela amadureça cada dia. Então, em vez de ensinar orações devocionais, devemos ensinar de fato a rezar, a entrar em comunhão com Deus. Em vez de transformar Jesus em um amiguinho, melhor proporcionar uma experiência de seguimento de Jesus de Nazaré. Em vez de minimizar a dor do Calvário, melhor refletir sobre as maldades humanas. Em vez de transformar Deus em um papai do céu, que vive brincando com anjos na eternidade, melhor mostrar que ele é o pai de Jesus Cristo e nosso pai. Certamente que não vamos transformar Deus em um juiz implacável que fica anotando pecados lá no céu, com o intuito de vingá-los na hora do juízo. Mas daí a descaracterizar Deus, transformando-o no “amigo lá de cima”, num velhinho tipo papai noel ou numa energia cósmica, já parece demais. Em vez de ensinar que o Espírito Santo é uma pomba, parece mais inteligente mostrar que ele é Deus conosco. E assim vai. A catequese para crianças não pode e não deve ser uma catequese infantil, mas adulta, madura, como deve ser toda expressão de fé. Amenizar os mistérios da fé ou colocar tudo no diminutivo não resolve o problema catequético. Só nos cria mais um problema com consequências funestas para o futuro.
Solange Maria do Carmo

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O CATEQUISTA: Mistagogo


Está se tornando cada vez mais comum entre os catequistas o uso da palavra “mistagogia”. Diz-se, frequentemente, que todo catequista é também um “mistagogo” e que a catequese tem uma dimensão “mistagógica”. Essas palavras estão ligadas à ideia de “mística” e de “mistério”, de uso corrente na espiritualidade cristã. A retomada atual do modelo catecumenal dos primeiros séculos, vão se incorporando ao jeito de falar e de ser dos nossos catequistas, à maneira como compreendem sua vida cristã e seu ministério.
Por mistério nossa Igreja compreende todo o plano da salvação que o Pai realiza, especialmente em Jesus Cristo. É a graça da vida nova agindo em cada cristão, continuamente convidado a mergulhar na páscoa de Jesus e nela encontrar força e esperança para sua caminhada.
Por mística podemos entender o tempero que dá sabor e sustento a tudo aquilo que pensa, sente e faz o cristão. “É a motivação densa e profunda da caminhada cristã”. Falar em mística é falar do sentido da existência. É falar da experiência amorosa de Deus. É ser iniciado no mistério.
A mistagogia aponta para a experiência pessoal de Jesus e de seu projeto, vivida na comunidade cristã e no mundo. Quando a Igreja diz, portanto que o catequista é um mistagogo, ela esta afirmando sua principal missão: conduzir as pessoas para dentro do mistério de Deus leva-las até Jesus, pois quem o vê, vê o próprio Pai.
Enquanto mistagogo, o catequista é chamado a fazer a mesma experiência que fizeram os discípulos: ir até Jesus, permanecer com ele, deixar-se educar pela sua palavra e por suas atitudes, encantar-se com a proposta do reino por ele inaugurado, ver a alegria da participar da sua intimidade e do seu caminho, para depois contagiar outros com seu testemunho.
A consciência de ser mistagogo faz com que o catequista aprofunde sua missão, pois passa a compreender que ela não se reduz à transmissão de conhecimentos e doutrinas a respeito de Jesus, mas vai muito além disso; seu ministério o vincula à pessoa de Jesus de tal maneira, que ele passa a falar do que vive, do que experimenta, dos segredos que Deus revela aos simples e humildes de coração.

Trecho do texto de Pe. Vanildo de Paiva

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CATEQUISTA -MISSIONÁRIO A SERVIÇO DO REINO


'Pelo batismo recebi uma missão/ Vou trabalhar pelo reino do Senhor/ Vou anunciar o Evangelho para os povos./ Vou anunciar a Boa nova de Jesus/ Onde eu for serei fermento, sal e luz/ Levando a todos a mensagem de cristão.

Muitos cantam esta música. Prestamos atenção na letra? No batismo recebemos a missão de anunciar o evangelho, e como está este anuncio? E nossa identidade missionária?
O missionário fala e proclama a Boa Nova em nome de Jesus. Não há como ser missionário sem viver a experiência do encontro com Deus, sem conhecê-lo. Conhecemos Jesus quando, vivemos e participamos da igreja e numa catequese permanente, ouvindo a Palavra de Deus.
O missionário se preocupa com a pessoa em sua totalidade levando-o ao encantamento por Jesus e formando-a para ser engajada na igreja e na missão; não se acomoda, preocupa-se com os que abandonam a igreja ou se distanciam; não é omisso e nem negligente, está sempre a serviço da vida, da promoção humana e da verdadeira libertação com implantação do Reino da Vida.
Muitas vezes nos deparamos com situações difíceis, então recordemos o chamado a Jeremias e seu encontro com Deus. “Antes de te modelar no ventre materno, Eu te conheci... consagrei-te... e te constituí missionário”, vivendo este chamado este encontro o missionário não aceita meias adesões nem meia entrega. Encorajado pelo encontro e pelas palavras de Deus, o missionário tem a atenção afeiçoada e vigilante para quem mais precisa, ou seja, vive atento para cuidar das ovelhas abatidas, das que estão doentes, das fraturadas, das desgarradas e perdidas.
Qual são as qualidades do missionário? Paixão por Jesus Cristo, amor pela Igreja, disponibilidade, alegria e criatividade; disposição para lutar contra a tentação do sucesso e do poder; abertura ao diálogo e capacidade de compreender aos outros. Jesus nos chama para anunciar!
Então, você que foi batizado e crismado qual é a sua resposta?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Catequese permanente



Uma das mudanças mais curiosas que a catequese vem sofrendo hoje é que ela deixa de ser preparação para os sacramentos e torna-se caminhada de discipulado: uma catequese permanente. A pessoa entra na catequese não mais para fazer primeira comunhão ou crismar, mas para conhecer Jesus e se tornar seu amigo, seu discípulo. A primeira comunhão e a crisma, sacramentos da vida cristã, tornam-se marco importante nesta jornada de seguimento, mas deixam de ser um fim em si mesmo. São consequência da vida em Cristo, sinais da nossa amizade e comunhão com ele.
A catequese permanente se encarrega desta tarefa: propor a fé cristã como algo precioso e desejável. As crianças, jovens e adultos vão ter tempo e ocasião de conhecer Jesus e seu amor libertador, vão fazer a experiência da vida cristã na comunhão fraterna com outros irmãos de fé.
Na catequese permanente, o catequizando tem tempo para conhecer Jesus e seu evangelho, tem lugar junto à comunidade cristã para fazer sua experiência do amor de Deus, tem direito de discernir seus caminhos e de escolher livremente seu itinerário de fé.
Para tempos com desafios permanentes, propomos uma experiência sempre permanente e crescente do amor de Deus, porque Deus não cessa de nos amar e de demonstrar esse amor.

Ah! E os sacramentos? Para quem entrou na dinâmica do discipulado, do seguimento de Jesus, os sacramentos serão uma festa: uma ocasião de estreitar os laços com Jesus e de reforçar a experiência do amor de Deus que ele nos revela. Para quem não entrou nesta caminhada, eles não fazem sentido!
(Trecho do texto Solange Maria do Carmo)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Plano Arquidiocesano de Catequese-Mariana -MG
Catequese para todos e todas as idades.
Para fundamentação do plano de catequese, recorremos aos relatório do estudo dos cadernos vinde vede, feito pelos catequistas da arquidiocese, bem como as orientação do Diretório Nacional de Catequese: tarefas da catequese, prioridades atuais, catequese conforme as idades, as diversas responsabilidades.

Vamos falar da fundamentação do plano.
O Diretório oferece pistas importantes para a programação e organização da catequese nas dioceses:
1-A diocese tenha um projeto catequético que acompanhe as pessoas desde a infância até a idade avançada;
2-A preocupação central da catequese seja a educação da fé, a iniciação à vida comunitária, a formação do cristão ético e solidário. a celebração do sacramento é uma decorrência da caminhada de fé e da vida comunitária;
3-O critério não seja: "porque a criança quer", "os pais insistem", "é mais fácil" mas o "crescimento na maturidade da fé, a iniciação na comunidade, a vivência sacramental e o compromisso com a solidariedade";
4-Haja uma adequada integração entre as diversas etapas da caminhada de fé;
5-A catequese priorize a educação da fé dos adultos, oferecendo-lhes acompanhamento e aprofundamento da fé, respostas às suas inquietações, indicações para a vivência familiar, profissional e o engajamento na vida eclesial;
6-Que o rito da Iniciação Cristã de Adultos (RICA) seja conhecido e vivenciado nas comunidade e inspire todas as modalidade de catequese.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

MENSAGEM AOS/ÀS CATEQUISTAS DO BRASIL Ano de 2013





            Um grande grito de louvor e ação de graças brota do nosso coração, por ocasião, mais uma vez, do Dia do/a Catequista. Nele celebramos o ministério bíblico-catequético de todos nós, tão essencial na vida da Igreja! O que seria da Igreja no Brasil, sem a plêiade de catequistas espalhados por todas as “periferias existenciais” do seu imenso território?
         Neste ano de 2013, ainda em pleno Ano da Fé, fazemos a memória sagrada do documento “Catequese Renovada”. Desejo que cada um/uma de vocês sinta profunda alegria, não somente pelo documento escrito, mas por causa de toda a vida que ele gerou e impulsionou em nossa caminhada eclesial. Muitos de vocês, os/as mais vividos/as, guardam na mente e no coração o grande mutirão – um verdadeiro “vendaval” provocado pelo Espírito Santo - que trazia um dinamismo novo à nossa prática bíblico-catequética. Todos nós vimos ou ouvimos falar do imenso esforço feito por pessoas que gastaram o melhor de suas vidas para divulgar e tornar vivo em nossas comunidades este espírito novo.  Quero destacar, de modo muito especial, o Frei Bernardo Cansi, que já está na casa do Pai, de onde continua a nos inspirar. Este homem fez da “Catequese Renovada” sua grande missão para servir Jesus Cristo de forma incansável: uma verdadeira paixão que contagiou milhares de catequistas por todo o Brasil. Na pessoa dele agradecemos a Deus toda a nuvem de catequetas e biblistas a serviço da renovação bíblico-catequética. E também agradecemos a Deus por cada um de vocês que até hoje lutam e, sem esmorecer, continuam a lutar para tornar realidade o processo de Iniciação à Vida Cristã e de Animação Bíblica da Vida e da Pastoral, que são os frutos atuais desse esforço de renovação.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013


Sei exatamente o que você passa quando não lhe acolhem, não lhe instruem e muito menos quando nem lhe dão bola. Sei como você fica quando convida todo mundo para uma reunião, ou um encontro de formação, retiro, celebração e poucos aparecem. Já te vi triste e já te vi até chorando por causa disso. De fato, você aceitou uma missão desafiadora. Ser catequista não é uma tarefa fácil, ainda mais, num mundo onde as pessoas não querem compromissos e se afastam das responsabilidades. Sei que você teria muitas outras coisas para fazer, atividades com a família, trabalho, vida social, filhos, marido, ou, outras situações. Mas, mesmo assim, você aceitou o desafio de encaminhar outras pessoas para um projeto diferente. Sua tarefa também é motivar, mas já te vi muitas vezes desmotivada. Compreendo isso. Nem sempre os outros entendem tuas limitações. Fazem julgamentos a seu respeito, apressados até, por causa desse seu jeito irrequieto. Mas, se eu pudesse estar mais perto, sentaria na sua frente, te olharia nos olhos, e te daria um abraço. Sabe aqueles abraços que os amigos se dão nuns nos outros nos momentos de deserto ou de extrema euforia? Este mesmo! Você anda precisando de um abraço. Queria ficar um bom tempo te abraçando, afagando, confortando o seu cansaço, enxugando as suas lágrimas e dividindo os seus êxitos. Queria ser seu confidente, mas nem sempre você lembra que eu existo. Sinto que você tem muitas coisas para me dizer, mas tem guardado tantas coisas só para si. Quem sabe você se abre mais com alguém que você confia. É bom se abrir, contar as coisas, dizer o que você sente e se fazer ouvir. Todos nós temos nossos momentos de fraqueza. Eu mesmo tive os meus, e muitos.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Qualidades de um bom Catequista

1. O catequista deve ter uma espiritualidade profunda de adesão a Jesus Cristo e à Igreja. Deve testemunhar por sua vida, seu compromisso com Cristo, a Igreja e sua comunidade. Deve ser uma pessoa de oração e alimentar sua vida com a Palavra de Deus.

2. Deve ser uma pessoa integrada na sua comunidade. A catequese, hoje, deve ser comunitária.

3. O Catequista precisa de uma consciência crítica diante de fatos e acontecimentos. Deve levar a comunidade à reflexão sobre a sua realidade, à luz da Palavra de Deus.

4. Ter sempre uma atitude de animador. Saber ouvir e dialogar, caminhando junto com a comunidade.

5. O catequista deve conhecer a fundo a mensagem que vai transmitir. Deve conhecer a Bíblia e saber interpretá-la; deve saber ligar a vida à Palavra de Deus e vice-versa.

6. O catequista precisa ter também certas qualidades "humanas":
- ser uma pessoa psicologicamente equilibrada;
- saber trabalhar em equipe, ter uma certa liderança e ser criativo;
- ser uma pessoa responsável e perseverante. Responsabilidade e pontualidade são necessárias;
- ter amor aos catequizandos e ter algumas noções de psicologia, didática e técnica de grupo;
- sentir dentro de si a vocação de catequista.

7. O catequista deve cuidar constantemente da sua formação. Nunca pode dizer que está pronto para sua tarefa. Precisamos de uma formação permanente:
- através de dias de encontro, reflexão e oração com os catequistas da sua comunidade;
- planejando e programando junto com os outros, ajudando-se assim mutuamente;
- participando de cursos dentro da própria comunidade ou paróquia,ou fora;
- lendo bastante, atualizando-se sempre, estudando os documentos da Igreja sobre catequese e outros assuntos atuais;
- formando o grupo dos catequistas.

8. Outras qualidades:

Ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a esse serviço tornam-se bons catequistas através da prática, da reflexão, da formação adequada, da conscientização de sua importância como educadores da fé.

O catequista exerce um verdadeiro ministério, isto é, um SERVIÇO. E como nos diz o documento Catechesi Tradendae (A Catequese Hoje) a "atividade catequética é uma tarefa verdadeiramente primordial na missão da Igreja".

O catequista não age sozinho, mas em comunhão com a Igreja, com o grupo de catequistas. O grupo de catequistas expressa o caráter comunitário da tarefa catequética. E com o grupo que ele revê suas ações, planeja, aprofunda os conteúdos, reza e reflete.

O catequista necessita das seguintes qualidades:

• Ser uma pessoa com equilíbrio psicológico;

• Ter capacidade de diálogo, criatividade e iniciativa, saber trabalhar em equipe;

• Ser perseverante, pontual e responsável;

• Ser participativo, engajado nas atividades da paróquia, da comunidade e ter espírito de serviço;

• Ter vida de oração, leitura e meditação diária da Palavra de Deus;

• Ter espírito crítico e discernimento diante da realidade;

• Ser capaz de respeitar a individualidade de cada pessoa.

Isso não significa que exista uma pessoa que tenha todas essas qualidades, mas que devemos procurar desenvolvê-las no nosso dia-a-dia, pois se somos chamados, escolhidos por Jesus, Ele nos dá a graça para alcançá-las."

9. Uma paróquia onde não se prega a vivência de Jesus Vivo e Sacramentado e sim um Cristo histórico, como numa escola de catecismo, sem a preocupação de se criar um amor entre o catequizando e Deus.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Começa a Semana de Formação para coordenadores de catequese

Cerca de 100 catequistas da arquidiocese participam da Semana de Formação para Coordenadores de Catequese em Mariana. A SEFORC teve início na tarde desta segunda-feira, 22, e se estenderá até a próxima sexta-feira, dia 26. Os coordenadores de catequese estão reunidos no Seminário de Filosofia para debater temas como a catequese com crianças, o Plano Arquidiocesano de Catequese, a iniciação cristã de adultos, entre outros.

Os trabalhos foram abertos com a participação do padre José Geraldo de Oliveira falando sobre a importância dos Grupos de Reflexão na Arquidiocese de Mariana. Padre José Geraldo, que também é assessor da Pastoral da Comunicação (Pascom) na arquidiocese mostrou como devem ser os encontros dos grupos, sua formação, objetivo e dinâmica de oração. À noite, os coordenadores participaram da primeira missa do encontro.

Na manhã desta terça-feira, 23, os catequistas discutem sobre o Plano Arquidiocesano de Catequese, a catequese com crianças (Vinde a Mim) e, o assessor arquidiocesano da Dimensão Catequética, padre Paulo Vicente Nobre, reflete o tema “O líder que eu quero ser”. Na sequência dos trabalhos, ao longo da tarde o grupo ainda debate sobre o tema da iniciação cristã e catequese com adultos e a catequese crismal (Preparai o Caminho 3). À noite, em sintonia com a Jornada Mundial da Juventude, rezarão missa na intensão da JMJ.

A SEFORC segue até a sexta-feira com inúmeras atividades e diversos temas que serão debatidos e estudados pelos coordenadores ao longo desses dias. Entre eles, “Liturgia e Catequese”, “Psicologia das idades e “Organização e coordenação de catequese”.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Conhecer os interlocutores da catequese Criança de 0 a 03 anos

    


Acreditamos que o grande desafio que temos enfrentado nos últimos tempos, nos encontros de catequese, é o de conhecermos as pessoas a quem vamos transmitir uma mensagem, catequizar. A catequese tem cada vez mais ampliado os seus interlocutores, por isso, precisamos pensar em uma catequese do ventre materno à pessoa idosa. Precisamos superar a idéia de uma catequese apenas para as crianças com o objetivo do sacramento somente (CR, n. 131)

A catequese deve ser compreendida como processo ou itinerário, caminho que uma pessoa percorre ao longo da sua vida, de sua história, “Tal processo procurará unir fé e vida; dimensão pessoal e dimensão comunitária; instrução doutrinária e educação integral; conversão a Deus e atuação transformadora da realidade; celebração dos mistérios e caminhada com o povo” (CR, n.29). 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sua Humildade, o Papa Francisco



Ele chegou a Roma, para o conclave, levando consigo o cheiro do povo latino-americano, as dores e esperanças dos humildes e sofredores, o anseio de quem sonha com uma Igreja simples e profética. Não constava na lista dos ‘papáveis’ e nem nas bolsas de apostas.  Não estava entre os ‘favoritos’. (Os que apostam não contavam com o Espírito Santo).
Em um conclave rápido, a surpresa: o novo papa vem do “fim do mundo” (expressão do próprio). Mas isso era só o começo das surpresas. Muito boas, diga-se de passagem. Em primeiro lugar, o nome. Francisco não é um nome, dizia alguém. É um projeto de vida.
Não quis receber o cumprimento dos cardeais no ‘trono’ do papa. Preferiu ficar de pé. “Somos todos irmãos”! Quando teve de sentar no trono quase caiu. Como a dizer: isso não é pra mim!
Os sapatos pretos com cadarços – que havia recebido de presente antes de viajar, em vez dos vermelhos, caros. A recusa das mitras pontifícias. A maneira como se apresentou aos fiéis que lotavam a praça: batina branca simples, sem a mozeta (capa vermelha) sobre os ombros, sem estola bordada, a cruz de ferro… Não surgiu como alguém que acabara de ser eleito para um dos ‘cargos’ mais importantes do mundo. Com olhar grave e sereno expressou a seriedade e a grandeza do ministério que estava para assumir. Depois, o gesto elegante e evangélico de se inclinar e pedir a bênção, a oração do povo. Em vez do latim, a saudação na língua local: “buona sera”; e a oração na mesma língua. Apresenta-se como bispo de Roma, não como papa, como sumo pontífice.

segunda-feira, 4 de março de 2013

SER PRESENÇA


                  Na seara midiática, somos presença na vida das pessoas, mas de forma muito mecânica. Aí não sentimos o “calor humano”, o olhar nos olhos e a proximidade corpo-a-corpo. O mundo globalizado encurtou as distâncias e distanciou as pessoas. Com isto perdemos a dimensão rica e fundamental da vida de comunidade fraterna.
No entender dos crentes, Deus sempre marcou presença na história dos povos. É uma presença fundante, que dá sustentação para a existência das criaturas e questiona a pessoa humana quanto à prática do bem. No meio de crises, desastres e catástrofes da natureza, Deus nos convoca para acolher e respeitar a vida.
Ser presença é ser capaz de acompanhar as mudanças da história, ser capaz de adaptar-se às novas mentalidades sem perder aquilo que é essencial, isto é, a vida com dignidade. Não podemos cair na infertilidade, no descompromisso com o bem comum. Ser infértil é ser presença que não consegue entender o valor da vida.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

CAMPANHA DA FRATERNIDADE


Explicação do Cartaz CF 2013

A igreja, ao iniciar esta caminhada quaresmal, tem os olhos fitos na cruz, donde emana a comunicação do amor de Deus por nós, na entrega de Jesus Cristo, para que nele tenhamos a vida (cf. Jo 10,10). Este gesto do Senhor é redentor, pois Ele vence todos os males e mortes que nos afligem nos salva e descortina para nós um horizonte de esperança expresso no rosto da jovem.

A cruz convida à fraternidade entre todos os povos, raças e nações, representações pelas diferentes cores e linhas que a percorrem. As tags, vistas no alto do cartaz, acenam para a comunicação rápida, a circulação de informação e as novas ambiências para encontros, as quais devem ser perpassadas pela mensagem libertadora da cruz e contribuir para o projeto de uma sociedade justa e solidária, segundo o Reino.

A Igreja com essa Campanha, cujo tema é "Fraternidade e Juventude", chama a atenção para os desafios dos jovens na edificação do projeto de Deus, dentro do contexto de mudança de época. É um período marcado pela instabilidade dos critérios de compreensão e dos valores (DGAE, n. 20), pelas novas possibilidades de interação e desigualdade de oportunidades, com forte reflexo na vida dos jovens, quer das cidades, quer do campo.

A jovem, de braços abertos em forma de cruz, representa os que são transformados pela jovialidade comunicada pela ressurreição de Jesus, a boa nova por excelência, que nos fortalece. É com esse vigor que a jovem responde ao chamado de Deus, repetindo as palavras do profeta Isaías: "Eis-me aqui. Envia-me!" (Is 6,8).

domingo, 17 de fevereiro de 2013

ANÁLISE (SOCRÁTICA) DOS TEMPOS ATUAIS




FREI BETO
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não. Minha aula é pela tarde'. Comemorei: 'Que bom então de manhã você pode brincar dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã'. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!' 

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.

domingo, 3 de fevereiro de 2013


A proximidade do tempo quaresmal nos ajuda a perceber  que a nossa vida cristã atinge a sua  beleza e plenitude na Páscoa de Jesus  Cristo. Somente à luz da Ressurreição do Senhor é possível viver e acolher a austeridade destes dias de penitência, jejum e oração.
Na quaresma travamos um grande combate com nós mesmos e assim buscamos a vida nova, não poucas  vezes, adormecida em nosso coração.
O despertar para a nova existência em Cristo é uma via de mão dupla, ou seja, é um caminhar na direção de Deus e dos irmãos. Isto sim é conversão autêntica!
Reorientação da vida para aquelas realidades que de fato merecem valor. A conversão é o reverso do pecado. Pecado é errar o alvo, conversão é o mesmo que redescobrir o norte da nossa vida:
Deus e o próximo. Deus e o próximo são realidades inseparáveis. Em nossa busca de Deus
Se  fizermos a pergunta “Deus, onde estás”? Sem dúvida a resposta será esta: “Onde está o teu irmão?” Busquemos  este encontro libertador com Deus e o próximo e assim viveremos a alegria da  Páscoa do Senhor. A experiência do encontro com Deus  e os irmãos é possível a todos nós. Não  se trata de algo inatingível, mas um de  um novo horizonte que se abre diante
de nossos olhos. O problema é que nem  sempre o nosso olhar capta os sinais  desta presença de Deus e das pessoas  em nossa vida. Quando isto acontece  sofremos a dura solidão e caímos no  mundo do egoísmo. Neste ano em que a Igreja lança seu  olhar de mãe para a nossa  juventude,  convido a todos de nossa querida Paróquia, para que juntos caminhemos  ao encontro de nossos jovens. Eles têm  muito a aprender e ao mesmo tempo podem nos ensinar muitas coisas bonitas:  a alegria de viver, a coragem de lutar, a  ousadia de enfrentar os desafios da vida, enfim , a abertura ao novo. Que os nossos jovens correspondam ao convite do  Senhor e digam com alegria e prontidão: Eis-me aqui, envia-me. (Is 6,8).
Um abraço afetuoso ao povo que me  foi confiado,
Pe. Geovane Luís da Silva - Pároco

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Juventude: Acolhida e Protagonismo



Pe. Geraldo Martins Dias
Passados 20 anos da primeira Campanha da Fraternidade sobre a juventude (1992), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repropõe o tema na Campanha deste ano, que será lançada no dia 13 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas.  A Igreja e a sociedade brasileira são desafiadas a voltar seu olhar para geração digital, no contexto das profundas mudanças que marcam o terceiro milênio.
Se em 1992, a CNBB apontava a juventude como “Caminho aberto” e a considerava como agente “de uma nova evangelização” e como “força transformadora da Igreja e da sociedade”, na Campanha de 2013, o apelo é para acolher a juventude e favorecer seu protagonismo em três dimensões: no seguimento de Jesus Cristo, na Igreja e na construção de uma sociedade fraterna cujas bases sejam a cultura da vida, da justiça e da paz.
Assegurados a acolhida e o protagonismo, está posto o caminho para que o jovem, numa resposta livre e consciente, se apresente diante de Deus que o convoca para construir a civilização do amor e diga: “Eis-me aqui, envia-me”, conforme sugere o lema da CF. O desafio, no entanto, é como concretizar estes dois pilares sobre os quais se assenta o objetivo da Campanha.
A acolhida é, de fato, o primeiro passo para se estabelecer qualquer relação que se queira verdadeira, duradoura e eficaz. Ela exigirá, antes de tudo, liberdade, confiança, lealdade, transparência e respeito. Modelo de quem sabe acolher, Jesus mostra que só há acolhida quando permitimos que o outro venha a nós do jeito que ele é, sem nenhuma exigência de mudança ou adequação aos nossos padrões culturais ou outros quaisquer. O diálogo é que apontará os caminhos da nova relação que se estabelece a partir da acolhida.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Andou fazendo o bem...

Algumas frases da bíblia mexem mais com a gente. E uma que sempre me toca é a de Pedro, nos Atos dos Apóstolos, quando fala sobre o batismo de Jesus: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem” (At 10,38). Pra mim, isso resume a vida de Jesus. E deve ser o resumo da nossa vida. Há coisa melhor que fazer o bem? Como é bom sentir que a gente fez bem a alguém! E como machuca saber que, mesmo involuntariamente, a gente fez mal a uma pessoa!...
O texto acima faz parte da liturgia da Palavra na festa do Batismo de Jesus, que marca o enceramento do ciclo do Natal e o começo do Tempo Comum. A celebração traz mensagens muito bonitas e muito ricas. Vale a pena registrar alguns pensamentos e refletir.
Jesus foi batizado, ungido pelo Espírito e saiu fazendo o bem e curando. O primeiro passo foi mergulhar nas águas do Jordão. Ele quis se lavar. Não tinha nada que o sujasse, mas quis mostrar a importância do gesto. Estamos ainda bem no início do ano. Pra começar bem, uma atitude importante é dar uma lavada em tanta coisa que está fazendo mal. Ao longo do ano a gente acaba acumulando a poeira de muitos sentimentos nocivos, relações infelizes, atitudes impensadas, pendências mal resolvidas... Vale a pena dar um banho em tudo isso e substituir por um perfume suave que nos deixe melhores e faça bem a quem convive com a gente.
O Evangelho diz que, enquanto Jesus era batizado, ouviu-se a voz do Pai que dizia: “Tu és meu filho amado. Em ti me comprazo” (Lc 3,. Podemos dizer que Jesus é um filho que dá prazer ao Pai. Nós também somos filhos e filhas que Deus ama com todo carinho. Vale a pena levar uma vida que também dê alegria ao Pai. 
Isaías (42,1-7) lembra algumas atitudes do Filho que dão prazer ao Pai. Uma delas é não “levantar a voz”. Quem tem argumentos não precisa gritar. Além disso, ele “não quebra a cana rachada e nem apaga o pavio que ainda fumega”. É importante descobrir o que há de bom, incentivar, encorajar, animar, comunicar esperança, ser otimista... Valorizar o que se tem, cuidar do que está fraquejando, dar alento, confortar. A imagem do profeta é muito bonita. Se há uma pequena luz, um pouco de esperança, dentro de nós ou no outro, é preciso aproveitar e reavivar a chama. 
Ele não vai sossegar enquanto não vir a justiça acontecer (v. 4). Temos muito a aprender com esse servo de Javé. Vencer o comodismo, a indiferença, o derrotismo, o medo. Buscar a justiça sempre e com coragem. Não se cansar. Não desistir. Enquanto cristãos e cristãs, somos convidados a ter “os mesmos sentimentos de Jesus Cristo” (Fl 2,5). Tudo o que fazemos deve ter um pouco de nós e um pouco de Cristo. Paulo Apóstolo, certamente inspirado pela parábola da videira e dos ramos (Jo 15), diz que, pelo batismo, somos “enxertados em Cristo” (cf Rm 11,16ss). Quando um broto é enxertado no tronco de outra planta, passa a receber a seiva daquela raiz, daquele tronco. Seus frutos são uma mistura do que ele é com aquilo que a outra planta é. Se recebemos o batismo, nossas atitudes, nossas palavras, nossos gestos devem ser ‘cristianizados’. Devem revelar o jeito de Jesus.
Pedro, no texto dos Atos, diz que Jesus saiu também curando os que estavam dominados pelo mal. A tentação faz parte da nossa vida. O mal está sempre nos rodeando. E, de alguma forma, está dentro de todos nós. Todos carregamos em nós anjos e demônios. Mas a expressão de Pedro é clara. O ruim é quando somos ‘dominados’ pelo mal. Quando o demônio fala mais alto. Quando nossas atitudes revelam mais o lado do mal. Aí, precisamos mesmo de cura. Primeiro nos curar, para que o Espírito bom domine em nós, aponte a direção e mova nossas atitudes. Depois, fazer algo por aqueles onde o mal ainda domina. Ou onde a dor é grande e a cruz pesa. Todos podemos curar corações feridos. Um gesto de atenção e de carinho, uma oração, um sorriso, um abraço, uma palavra amiga, uma mensagem... Algo que possa dizer: eu estou aqui e me importo com você.
Viver o batismo é isto: lavar-se do que faz mal, perfumar-se com o bem (o óleo do Crisma é perfumado), enxertar-se no tronco da Vida, produzir bons frutos, comprometer-se com a justiça, sair por aí fazendo o bem...
Pe. José Antonio de Oliveira

sábado, 5 de janeiro de 2013

Sem formação a catequese balança



Sem coordenação a formação dança

1. A formação - fundamento da caminhada catequética

Uma boa caminhada catequética depende de diversos fatores. A catequese envolve toda a comunidade para que toda a vida comunitária seja catequizadora.

Mas aqui visa-se especificamente a formação de cada grupo de catequistas e as pessoas que coordenam. É sempre melhor que a coordenação seja feita por uma EQUIPE. É importante a formação, não somente dos catequistas, mas também das pessoas que constituem a equipe coordenadora.

A formação é um dos fundamentos que mantém a catequese de pé e caminhando para frente.

2. A formação como responsabilidade de cada catequista e da coordenação

A formação é um compromisso de cada catequista. Nenhum catequista pode se dispensar da obrigação de se formar. Sua formação se dá através da participação em cursos, encontros, assembleias, retiros... que acontecem de vez em quando; através do estudo, leituras pessoais... que precisam ser permanentes; e principalmente através da ação catequética, ou seja, através de um acompanhamento que o próprio grupo de catequistas faz do seu “caminhar”. Este acompanhamento é altamente formativo. Enquanto vão sendo catequistas, vão-se formando.

Por outro lado, cuidar da formação é uma das tarefas mais preciosas da coordenação. É verdade que esta tarefa é confiada ao bispo da diocese, ao pároco, ao Conselho Pastoral etc. Mas é verdade também que as pessoas que acompanham de perto os catequistas são aquelas que coordenam. Por isto têm um papel especial, incluindo o de serem ponte entre os responsáveis pela formação.

3. Quem coordena precisa preparar-se para a formação

A coordenação da Catequese precisa preparar-se para cumprir melhor esta sua tarefa de cuidar da formação dos catequistas, como parte de sua missão.

Coordenar é exercer um ministério que implica refletir, organizar, possibilitar um dinamismo que coloque a catequese em processo permanente de renovação. Para isso, as pessoas que coordenam precisam de apoio. Um apoio que muito ajuda pode ser o de antigos coordenadores. Este trabalho exige uma espiritualidade e requer uma formação.

A equipe de coordenação precisa ter uma boa experiência de vida e de catequese. Sua função é um ministério específico. Ela “respira” catequese constantemente. É importante que a coordenação tenha um plano de formação dos catequistas, elaborado com a participação de todos.

4. A bonita tarefa de “convencer”

Uma boa equipe de coordenação é aquela que serve; aquela que, democraticamente, decide junto e divide trabalhos; aquela que mantém unido o grupo de catequistas e ajuda a quebrar as tensões; aquela que favorece o bom relacionamento através da amizade e do companheirismo; aquela que cativa os pais de boa vontade e conquista o respeito e apoio deles...

Uma boa coordenação é aquela que se preocupa com sua formação e com a dos catequistas. Mais do que isso, é aquela que convence, leva a crer que a formação é essencial para cumprir a missão como catequista. A coordenação é aquela que abre o “apetite” da formação. E quem tem apetite, busca o que comer...

5. A formação é uma “refeição” em grupo

Uma das coisas mais significativas da vida humana é a pessoa alimentar-se. É radicalmente vital! Pense bem! Agora, pense na alimentação em família, num grupo de amigos... o que ela pode significar? A formação de um grupo de catequistas é como uma refeiçãoem grupo. Cadaum se alimenta e supre suas necessidades, compartilhando e alegrando-se com o outro. Todos se fortalecem e saem refeitos, com forças para continuar o caminho.

O coordenador, conhecendo e respeitando cada um, estimula esta refeição-formação e alimenta-se junto. Se for preciso, exerce sua autoridade por amor. Nenhum catequista pode não querer alimentar-se. Fica cada vez mais claro que a catequese depende de pessoas bem “alimentadas” por uma boa formação.

6. Uma sugestão

É dentro de um PROJETO CATEQUÉTICO - aquele que exige uma “decisão fundamental” - que aparece mais claramente o plano de formação dos catequistas. Mas aqui, dada a urgência da necessidade, sugere-se um processo. Quem sabe, a partir dele, possa-se chegar ao Projeto.


Extraído do subsídio “Pedra em Lapidação, catequista em formação”