segunda-feira, 17 de março de 2014

Quebrar potes


Há uma tribo indígena cuja especialidade é a cerâmica. Lá, quando um cacique idoso vai passar pra outro a função, oferece ao que está chegando o vaso mais bonito e precioso que confeccionou durante toda a sua vida. O novo cacique recebe o vaso, o quebra, o mói e, misturando água, faz argila e modela um vaso novo. O velho cacique não vê isso como uma afronta ou desrespeito. Entende que o outro irá conservar a essência, a substância, a Tradição, mas lhe dá uma nova forma.
Na vida e na fé deve acontecer o mesmo. Não podemos abrir mão da essência, mas a vida exige novas formas. O Espírito Santo continua a agir e suscitar coisas novas. Mesmo porque as transformações do mundo o exigem. “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5).
Jesus disse a Simão: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Deve estar claro que ‘pedra’ é só o fundamento, o alicerce. Essa base é a fé que Pedro revela na pessoa de Jesus e na proposta do Reino. A Igreja não pode ser toda ‘petrificada’, pronta, acabada. Pedro chega a falar que somos ‘pedras vivas’ (cf. 1Pd 2,5), mas tudo o que é vivo se transforma, se desenvolve.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Na Quaresma, renovar as promessas do Batismo

Na Quaresma, renovar as promessas do Batismo, pede Papa
No Angelus deste domingo, 9, Papa Francisco concentrou-se sobre a passagem do Evangelho que relata as tentações que Jesus sofreu no deserto. Ele recordou que a Quaresma é um tempo propício para um caminho de conversão, confrontando-se sinceramente com este trecho do Evangelho.
Francisco explicou que a tentação procura desviar Jesus do projeto de Deus, tentando fazê-lo escolher um caminho fácil de sucesso e poder. Foram três os tipos de tentação, conforme explicou o Papa: o bem-estar econômico, o estilo espetacular e mirabolante e o atalho do poder e do domínio.
Jesus resistiu às tentações e reiterou a determinação de seguir o caminho estabelecido pelo Pai. Em suas respostas, conforme explicou o Santo Padre, Cristo lembra que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4, 4; cfr Dt 8, 3).
“Isto nos dá força, apoia-nos na luta contra a mentalidade mundana que reduz o homem ao nível das necessidades primárias, fazendo-o perder a fome daquilo que é verdadeiro, bom e belo, a fome de Deus e de seu amor”.
O Papa ressaltou ainda que, ao ser tentado, Jesus não dialogou com Satanás, mas refugiou-se na Palavra de Deus, atitude que deve ser um exemplo também para os dias de hoje. “No momento da tentação, das nossas tentações, nada de argumentos com Satanás, mas sempre defendidos pela Palavra de Deus! E isto nos salvará”
Lembrando que a Quaresma é tempo propício para a conversão, Francisco convidou os fiéis a renovarem as promessas do Batismo, renunciando a Satanás e a todas as suas obras e seduções.
Após a oração mariana, desejou um rico caminho quaresmal para todos.

quinta-feira, 6 de março de 2014

CATEQUISTA EM FORMAÇÃO

Em 1964, parte significativa dos bispos brasileiros, em sintonia com os ventos renovadores que vinham do Concílio, queriam aproveitar o momento rico do Tempo da Quaresma, tempo de conversão e penitência, para convocar os católicos a participarem de uma reflexão que começava por rever e atualizar os próprios conceitos de Conversão e Penitência, até então muito ligados à ideia de sacrifícios físicos e mortificação dos sentidos.