terça-feira, 13 de novembro de 2012

Espiritualidade do Catequista



Eucaristia e Espiritualidade do Catequista:

Entre tantos assuntos de formação para catequistas, um dos mais pedidos é sobre mística e espiritualidade.
Para exercer a sua missão o(a) catequista necessita de uma formação espiritual. Por isso, o Estudo da CNBB nº 59, falando da formação de catequistas e citando o Diretório Catequético Geral n.º 114, diz: “A missão confiada ao catequista exige dele  uma intensa vida sacramental e espiritual, o hábito da oração, o sentido profundo da excelência da mensagem cristã (...) a atitude de caridade, humildade e prudência”.
A mística é algo cultivado na pessoa que se transforma em paixão por uma causa. É a mística que mantém viva a força e a qualidade das opções e compromissos.
É como a água que mantém viva a planta. Mas, não se percebe a olho vivo que esta água está desde a raiz até na ponta das folhas.
A Espiritualidade está no modo de ser, viver, falar e agir das pessoas. Quando perguntamos: qual é a espiritualidade de tal santo? A resposta logo vem caracterizando o(a) santo(a) pelo que foi e fez. Por exemplo: Santa Paulina: amor aos pobres, doentes, pela sua simplicidade, grande ideal pela missão, amor profundo a Jesus Cristo, transformado em ação. A oração é o alimento que sustenta o ser e o agir.


JESUS É O CENTRO DA ESPIRITUALIDADE
A maior fonte da espiritualidade é Jesus Cristo. Dele emanam outras fontes: a vida, a Palavra de Deus, a Eucaristia e a missão.
Jesus nos diz “Vem e segue-me”. Seremos preenchidos por Jesus se realmente o seguirmos sem restrições. É preciso deixar para traz a vida velha dos comodismos, irresponsabilidade, medo, consumismo... para assumir o caminho de Jesus, ou seja vida nova.
Em nosso modo de ser transparece uma espiritualidade do seguimento de Jesus quando a oração faz parte do nosso dia-a-dia, a fraternidade é sincera, a luta pela justiça é presente, a perseverança e o entusiasmo são constantes. Viver como Ele disse, viver como Ele viveu é a síntese da espiritualidade.
“Na medida que vamos seguindo o Cristo Ressuscitado, seu Espírito que habita a Igreja nos inspira a ficarmos mais parecidos com Cristo, compreendendo e atualizando em nossa vida os mandamentos da Lei divina, especialmente o Amor a Deus e ao próximo e a fidelidade às orientações de vida dadas pelo Mestre no Sermão da Montanha.
Por isso, a conversão ao Reino é um processo nunca encerrado, tanto em nível pessoal quanto social, porque, se o Reino de Deus passa por realizações históricas, não se esgota nem se identifica com elas” (cf. P 193, 1221, 1159) (CR 193). A espiritualidade cristã é por excelência a espiritualidade de Jesus segundo seu espírito. Suas
atitudes deverão ser as nossas atitudes. Para nós, a exemplo de Paulo: Viver é o Cristo, e morrer com ele e por ele é o verdadeiro lucro (cf. Fl 1, 21).

EUCARISTIA, O SUSTENTO DA ESPIRITUALIDADE


Na caminhada do/a catequista não pode faltar o alimento que gera o encontro com Cristo por excelência.
“A Eucaristia é o centro e o ponto culminante de toda a vida sacramental, fonte e ápice de toda a vida cristã e de toda a evangelização, raiz e centro da comunidade” (CR 227).
Daí a importância para o/a catequista achegar-se habitualmente desta fonte. A Eucaristia é o caminho de interação entre fé e vida. Alimentando-se desta riqueza, é possível assumir um comprometimento de viver como Jesus viveu e, ao mesmo tempo, solidarizar-se com a multidão que vive sem o pão diário.
A Eucaristia é memorial do acontecimento Pascal de Cristo: sua vida, morte e Ressurreição. Nós nos unimos a este memorial e junto com a comunidade vivenciamos com Ele o amor, a unidade, o serviço, a ação de graças de forma que se realize sempre mais a “Aliança em Cristo com Deus e possa nos provocar para tornar presente o amor-justiça, tanto na partilha de bens e dos dons, como até o martírio, se for preciso, a exemplo de Jesus Cristo” (CR 226).
A fração do pão, a Eucaristia provoca um novo relacionamento e este cria a fraternidade que produz a festa e a alegria, porque, não faltando a festa e a alegria, o pão será também festa de libertação.
Jesus nos chama de amigos ao experienciarmos com Ele o banquete eucarístico.
“Já não chamo vocês de servos, porque o servo não sabe o que seu dono faz, mas de amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai, eu dei a conhecer a vocês” (Jo 15, 15).
A força da Eucaristia, na nossa espiritualidade, nos ajudará a sermos renovados, iluminados e encarnados como fermento nas realidades e nas situações de nossas comunidades.

Os 10 Mandamentos da Espiritualidade do Coordenador de Catequese

Todo coordenador (a) de catequese é um mensageiro da paz e da Boa Nova da salvação em Jesus Cristo.
É um enviado por Deus, para animar e coordenar a vida e a prática da catequese na paróquia, diocese ou regional. Catequiza pela palavra e pelo testemunho de vida. Para que as pessoas acreditem na sua missão, algumas atitudes são indispensáveis. Assim, o coordenador:

1. Escuta e fala na hora certa: é alguém com capacidade de escuta e de diálogo. Sabe relacionar-se e valorizar as pessoas na sua diversidade, descobrindo os seus valores. Não se sente superior a ninguém.
Tem convicções profundas, mas não se considera dono(a) da verdade. Fala a verdade, opina e ajuda a decidir os rumos do grupo.

2. Acolhe e cultiva a ternura: considera a pessoa como centro de tudo, acolhe a todos sem fazer distinção. Cultiva o cuidado, o carinho e a ternura no relacionamento.

3. Solidariza-se: está atento(a) aos problemas de sua comunidade, do seu grupo, sem cair em atitudes paternalistas ou autoritárias. Tem uma grande sensibilidade humana e social, com um forte sentido da justiça e da verdade.

4. Resiste: sabe "agüentar" firme os momentos difíceis, sem desistir. Faz-se presente quando precisam dele(a), porque sabe que sua missão não tem horário. Não peca por omissão e nem é um "frouxo".
Anima e aponta rumos novos.

5. Tem paciência e espera: a paciência é uma das virtudes mais importantes de quem coordena. Ele(a) caminha com o povo e coloca-se no ritmo de sua história; isso implica em saber esperar com paciência o que vai acontecer. "Deus pode tardar, mas não falha". O coordenador(a) olha com esperança para o futuro.

6. Crê no Deus da vida: a fé em Deus e o amor profundo e pessoal a Cristo sustentam o coordenador(a).
Se não houver fé, não há missão. Da fé nasce a sua paixão pela missão de evangelizar, catequizar, de animar e de incentivar.

7. Ama na gratuidade: é uma presença amiga e gratuita. Não se deixa levar por interesses pessoais. É capaz de amar e doar-se, sem esperar recompensa. Encontra Deus e Jesus Cristo especialmente nos pobres, nos que sofrem, já que eles são os preferidos de Deus. Com eles, percorre os caminhos do Evangelho, amando, como Jesus, até o fim.

8. Reza sem desanimar: tem muita gente quebrada e desnorteada, porque não reza e não abastece suas forças, suas utopias, seus sonhos, no coração de Deus. A oração alimenta, a cada dia, a fé do animador(a). Na oração e na escuta da Palavra de Deus, o animador(a) aprende a construir o Reino, com paciência e coragem.

9. Assume a cruz: "Quem quiser ser meu discípulo, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mc 8, 34). Não há outro caminho possível para percorrer. "A missão nasce e cresce aos pés da cruz". A persistência e a paciência são frutos de uma cruz aceita com alegria.

10. É coerente: a credibilidade do coordenador(a) apóia-se no testemunho de vida, até as últimas conseqüências. A exemplo de Jesus, ele(a) faz o que diz. "Eu, vosso mestre e senhor, vos lavei os pés; também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, assim façais também vós" (Jo 13,14-15).

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