Mesmo
praticando duplicidade na forma de viver, cada pessoa tem uma identidade
que a diferencia dos demais. No âmbito do cristianismo, o batismo é um
referencial que, inclusive, marca a pessoa com um nome. Há um esforço de
que esse nome coincida com o do Registro Civil. É uma questão até de
respeito para com o indivíduo.
Pelo nome temos
um compromisso social, com direitos e deveres de cidadania, de
construção do bem e de harmonia na sociedade. Como cristão, a tarefa se
amplia em relação à pertença a Igreja. Recebendo um nome, Jesus
solidariza-se com toda a humanidade, tornando-se homem e Deus. Isto foi
profetizado e agora tornado realidade.
A realização do
bem nunca deve passar pelo caminho do poder tirânico, da violência e do
desrespeito. É importante ler, ou reler, os textos da Sagrada
Escritura, encontrando neles as motivações para a construção do que seja
melhor para ajudar na convivência. Nas diferenças, devemos contar
sempre com as interferências divinas.
Para Deus não
há distinção entre as pessoas. Ninguém é melhor ou pior do que o outro
por ter estas ou aquelas qualidades naturais. A diferença está na forma
como são assumidos ou realizados os compromissos e obrigações. Talvez a
marca maior esteja na simplicidade e na humildade ao desempenhar as
tarefas na comunidade.
O grande alvo a
ser perseguido é a fraternidade entre as pessoas e os povos. Onde há
fraternidade, há também paz, respeito, justiça, honestidade e vida
feliz. Uma sociedade assim confirma a presença do Reino de Deus, Reino
que constrói história de vida e defende a identidade pessoal de todas as
pessoas.
A prática de
justiça e de vida cristã deve ser uma marca e fazer a diferença na
convivência fraterna. Jesus disse: “Convém que cumpramos toda a justiça”
(Mt 3, 15). Fazer a justiça significa estar em sintonia com a vontade
de Deus, fazer a vontade do Pai e agir em conformidade com os princípios
do batismo. Os frutos não podem ser outros que não seja a
fraternidade.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
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