Toda a igreja se prepara para a vinda do Salvador. É um tempo de euforia, expectativa.
Mas Ele já não está entre nós?
Esta certeza absoluta que faz parte de nossa vida cristã, ainda não está no coração de todos, por isso faz-se necessário uma preparação piedosa e concreta.
A liturgia do advento nos alerta primeiro para a vigilância. Deixar o marasmo, a vida rotineira e acordar para o que está por vir. Despertar para a boa nova que vai dar mais brilho ao nosso caminhar, mais coragem para a nossa peregrinação terrestre ., esperança que enche os corações muitas vezes desnorteados diante do cotidiano , de um mundo carente de valores, em que o ser fica em segundo plano substituído pelo ter ilusório e passageiro mas que enche os olhos daqueles que ainda não conhecem o verdadeiro sentido do projeto do Pai.
Diante de .tantos desencontros e descréditos há um convite à conversão, simbolizada pelo tempo no deserto quando o povo liberto do Egito, chega á terra prometida conduzido por Deus, depois de tanta prova. É uma transformação que se faz no dia a dia, com as dificuldades, fazendo as travessias com esperança e a certeza do Deus conosco Precisamos fazer as nossas travessias com coragem, fé, confiança pois a conversão se faz a cada instante em que tomamos a decisão de mudar, de sermos melhores, de amarmos mais, libertando-nos dos nossos egoísmos, fraquezas, pecados vivendo intensamente o tempo do advento na oração e no testemunho da palavra.
Mesmo conscientes da dor e sofrimento dominante no mundo, é preciso se alegrar. Pois a graça e o amor de Deus triunfam em Jesus Cristo. Faz-se urgente escancarar as portas no decurso dos quatro domingos do Advento. O povo cristão é convidado a preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que há dois mil anos nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judéia, deseja ardentemente nascer em nossos corações, conforme as santas palavras da Escritura: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo” (Ap 3, 20).
No Advento temos a oportunidade de aprofundar. nossa espiritualidade,
De coração sincero,, abrir espaço, decidir com convicção por Ele, deixar que Ele participe conosco de nossas opções, de nossa vida. É o momento decisivo da acolhida. Só um coração vazio de sentimentos contrários ao projeto do Pai é que pode acolher com alegria o Cristo que chega, com o critério de que acolher Jesus, de verdade, é acolher, também, com alegria todos os irmãos. Principalmente os mais necessitados.
E, finalmente, chega o momento maior, o mais esperado - que em Maria se faz – que é o de aceitar Jesus como Luz do Mundo. É o grande sinal, é a plenitude, é o projeto de Deus se derramando na humanidade. É a memória que se faz do menino Deus na humilde manjedoura, é a reconciliação com Deus, é a promessa que se cumpre restaurando nossa fé, esperança e ânimo para assumir nossa vocação e missão.
Nesta caminhada de oração espera conversão já; reconciliado com os irmãos, na alegria do momento tão aguardado só nos resta, como família, comunidade de Deus, viver com intensidade este momento em harmonia e fraternidade e com o firme propósito de aceitar a Jesus nos perguntando: “Percebemos os sinais de Deus no mundo? E eu sou luz e sinal de Deus para todos?”
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