quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Acolhida na catequese


Vivemos uma “época em mudança”, onde a sociedade vai-se movendo em várias direções, em todos os âmbitos. Há um aparente esvaziamento espiritual e uma certa condição para a aceitação das realidades. Esta época é marcada pelas muitas opções oferecidas pelo mundo, que são caminhos diversos trazendo inúmeros desafios: maneira de pensar, de agir, inversão de valores, incluindo a religiosidade.
   Nós, enquanto Igreja, movimentos, pastorais, podemos ajudar a reverter essa situação tão preocupante em nossos dias, através de uma boa acolhida. As pessoas, de uma maneira geral, carecem de atenção, afeto, de serem ouvidas, de se sentirem elas mesmas. E o meio mais eficaz para exercer este acolhimento é a catequese. Acolher bem para catequizar melhor. Acolher bem na catequese é uma forma de se viver a própria fé e realizar com eficácia a missão que Jesus nos confiou.


   Na atualidade percebemos a grande necessidade de uma boa acolhida para com as crianças, adolescentes e jovens. Isso deve acontecer no seio da catequese, onde todos buscam conhecer um pouco mais sobre o Reino de Deus.  É através de um abraço, um sorriso, uma conversa amiga que se torna possível o encontro entre irmãos.
    Nosso mundo está carente de carinho e amor, pois está havendo um distanciamento entre as pessoas em vista do grande crescimento tecnológico, onde o ser humano muitas vezes é substituído por máquinas. Portanto, devemos investir no pequeno tempo que temos com os catequizandos, acolhendo-os bem, fazendo com que sintam o valor de serem amados, de serem irmãos como Jesus ensinou. Que nossa vida seja uma verdadeira acolhida uns dos outros.
          Ser acolhedor (a) é o primeiro sinal da presença de Cristo em cada momento e encontro de catequese. Através da acolhida carinhosa seremos capazes de levar as crianças, adolescentes e jovens a descobrirem o verdadeiro sentido do encontro amoroso com Deus. O próprio Jesus nos ensinou como sermos acolhedores. No Evangelho de Marcos (10,15-16), temos: “Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele”. Então abraçou as crianças e abençoou-as, pondo a mão sobre elas. Jesus mostra como Ele acolhia e cativava a todos com um simples gesto de amor e carinho.
     Os gestos de acolhida devem expressar a forma de ser generoso e sincero, de modo que, ao abrirmos nossos braços, manifestemos nosso afeto para que o outro se sinta de fato acolhido. A acolhida se dá através do ouvir e escutar com interesse o que o outro diz. A acolhida é importantíssima em todo processo catequético. A mensagem da Boa Nova só produzirá frutos se o terreno a que se predestina for verdadeiramente humano. O encontro catequético marcado pelo acolhimento é uma expressão de fé cristã.  A relação da ternura amorosa com Deus, que a catequese quer provocar, passa pela experiência do acolhimento do catequista.  É evidente que a acolhida não se reduz apenas nos encontros catequéticos ou nas celebrações da comunidade, mas deve ser algo constante na vida do catequista.
Gestos de acolhida
·         Organizar bem o ambiente que se torne agradável e que possa motivar o catequizando para um encontro amoroso com Deus.
·  Começar os encontros com cumprimentos, saudações, sorrisos, abraços, apertos de mão.
·  Antes e depois dos encontros catequéticos, permanecer entre os participantes, interessando-se por eles, ouvindo seus problemas.
· Visitar as famílias dos catequizandos em ocasiões especiais, como aniversários, perdas.
· Servir-se da internet ou telefone para manifestar atenção e carinho.
Os atos de acolhida sinalizam a ação do Reino que purifica, redime e transforma o ser humano dando-lhe novo sentido de viver.

Irmã Dalva Aparecida Narciso, MNSG
Membro da Equipe Diocesana da Pastoral Bíblico-Catequética da Diocese de Caratinga

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