sexta-feira, 6 de abril de 2012

PÁSCOA: VIDA DE DEUS EM NÓS


A celebração da Páscoa é o coração do ano litúrgico e o centro da vida dos cristãos. O coração é por excelência o símbolo do amor e a fonte da Vida. Assim também é a Páscoa: celebração do amor Primeiro de Deus pela humanidade e comunicação da vida Nova e Eterna que o Pai nos oferece em Cristo por meio do Espírito Santo.


Cada tempo litúrgico é uma oportunidade de seguir Jesus Cristo. Se durante a quaresma nos unimos ao Redentor dos homens no mistério de sua Paixão, agora devemos experimentar em nossas vidas a força e o dinamismo de sua Ressurreição. Tudo o que aconteceu com Jesus se atualiza hoje na vida dos fiéis. Por isso podemos dizer que a Páscoa de Cristo é também a Páscoa dos cristãos. Lembremo-nos primeiramente que a palavra Páscoa significa “passagem”. Cristo passou por este mundo fazendo o bem (At 10,38), e para mostrar-nos que não temos aqui uma morada permanente ele passou deste mundo para o Pai, venceu a morte e o pecado para abrir-nos as portas do Reino dos céus.



É este o mistério que celebramos ao longo do ano litúrgico e especialmente durante o Tríduo Pascal até a festa de Pentecostes ou Descida do Espírito Santo. Durante cinquenta dias entoamos jubilosamente o Aleluia, pois a Ressurreição de Jesus já é o início de nossa vitória sobre a morte. Como viver intensamente estes dias? Qual a espiritualidade deste tempo central na vida da Igreja?

São Paulo na sua carta aos Colossenses 3,1 nos exorta: “Se vocês foram ressuscitados com Cristo, procurem as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensem nas coisas do alto, e não nas coisas da terra. Não se trata aqui de uma fuga do mundo ou vivência alienante da fé; muito pelo contrário, o apóstolo nos convida para que tenhamos a audácia de viver neste mundo aqueles valores que são eternos e divinos. Ele mesmo nos diz numa de suas cartas: ”aspirai aos dons mais altos...vou indicar-vos um caminho: o amor” (1 Cor 12,31;13,1).

O Mistério Pascal de Cristo torna-se real em nós quando traduzimos a nossa fé em gestos concretos de amor e solidariedade. O amor nos eterniza só ele é definitivo! Não podemos nos esquecer de que “Cristo passou por este mundo fazendo o bem”. Paulo nos convida também para que tenhamos os olhos fixos em Cristo que está assentado à direita do Pai. Na Ressurreição de Cristo resplandece a fidelidade de Deus. Ele é fiel à sua Paternidade e não frustra as nossas expectativas. Só ele pode inverter as “situações limites” ( os sofrimentos, o medo da morte, nossos fracassos existenciais...) que marcam profundamente a nossa vida. Cristo morreu, mas o Pai o ressuscitou. A  morte não é a última realidade que envolve o se humano, ela não é onipotente, pois dentro de cada um de nós pulsa um anseio de vida eterna. Feliz Páscoa!


Pe. Geovane Luis da Silva


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